quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

DELÍRIO DE SOPHIA



... e todos buscavam algo. Entre sonhos e delírios tenta se achar a resposta para tudo, simplesmente tudo. Coisas que a ciência explica, mas que não acreditamos, coisas que a religião explica e que também não acreditamos.  Nunca acreditamos totalmente em algo, e nesse não acreditar é que se percebe que nada é realmente verdade; no meio de uma serie de pesadelos, de alucinações de delírios, descobre-se que a verdade não é nada mais que acreditar muito em algo e ouvi-lo várias vezes.
E para tentar descobrir tudo, alguns delírios de Sophia se tornam muito úteis. No meio de tudo e de nada buscamos o saber, a resposta para tudo e, inevitavelmente, percebemos que mais perguntas surgem.
Em delírios de Sophia, em delírios de saber, vive-se e busca algo que não se conhece.


Raiane Reinell.

Quem somos?

Sinceramente não sei. Creio que a melhor forma de descobrir é atráves do tempo. Somente ele possui o poder de revelar os verdadeiros rostos. Estes se escondem por trás de máscaras. Muitas vezes impostas a eles. Sem reação, apenas aceitam. Vivem em um mundo de mentiras, medos e submissões. Mas, para alguns as máscaras acabaram de cair. Então, abram os olhos. Vejam o que antes era encoberto por opiniões alheias.

Jéssica A. Espindula.

Do que é feito o mundo?

Creio que na maior parte do tempo, é feito de angústia, ironia, mentiras e muitos fracassos. Raramente é feito de sinceridade. Afinal, não é a verdade que dá ibope. Não é ensinar a enxergar que traz fiéis.
O que importa, neste injusto mundo, é ser melhor que o seu semelhante. É humilhá-lo e massacrá-lo. O importante não são as amizades conquistadas, e sim, os imóveis comprados. Em que mundo nós vivemos? Que tipo de pessoas, inúteis, nos tornamos? Pessoas que não sabem mais apreciar a beleza do por-do-sol. Pessoas que vêem semelhantes morrendo ao seu lado e não fazem nada. Fingem que não são com elas. É mais fácil. O problema é que procuramos o mais fácil e não a verdade. Porque essa pode ser dolorida, porém só com ela podemos ver e entender o mundo.

Jéssica A. Espindula.

Devaneio

... a música seguia seu curso e me levava a um ponto onde as notas já  não eram perceptíveis. Nesse momento tudo o que sou, fui ou vou ser vem à tona. Cada milésimo de segundo ganhou uma absurda importância, como se tudo dependesse deles.
O passado foi muito bem analisado, os erros cometidos não voltarão a acontecer, assim espero. Cada situação foi estudada para justificar todas as reações imediatas.
O presente segue seu rumo. Coisas erradas acontecem, mas estamos aí para isso. E em meio a tantos erros vive-se uma vida. Vida essa baseada no dia-a-dia de milhões de neurônios que fazem o que são programados para fazer, ou seja, nos manter pensantes.
Um milhão de pensamentos, emoções e reações trafegam por essa rede enorme nos fazendo seguir adiante independente do que somos, pensamos ou acreditamos.
É assim que a vida deve seguir independente do que seja e como seja.


Raiane Reinell.

INCERTEZAS: LIBERDADE E FELICIDADE

Os sons vão se distanciando e as coisas ficando mais opacas, quase indefiníveis, nesse momento só restam a incerteza a duvida e, um numero incontável de porquês e interrogações.
A vida segue, os dias correm, os segundos se passam e o mundo vai girando. Neste tempo perguntas são respondidas e outras surgem. Duas perguntas sempre seguem ou perseguem a todos: somos livres? Somos felizes?
São infinitas, ou quase, as definições para liberdade ou para o ato de ser livre, mas qual é a mais correta? E há ainda a possibilidade de não haver, de não existir liberdade, sendo assim como se define algo que não existe? Qual a finalidade para tudo isso? Como reger um mundo que, nem ao menos se conhece por completo e onde tantas dúvidas surgem e poucas são respondidas?
Liberdade? Paginas e paginas poderão ser escritas e nada poderá ser respondido. Se há uma lei que guia o mundo e se, para alguns ser livre é tomar suas próprias decisões tendo como base sua própria vida, então todas as decisões terão um fundamento externo. Portanto, nunca serão 100% livres. Todos os atos possuem um fundamento concreto ou espiritual para que se possa seguir adiante
Ou seja, somos influenciados em tudo, fazemos parte de uma cadeia de reações que já vem acontecendo há muito tempo e que até hoje nos persegue, padronizando nossas ações e nos prendendo a algo que antecede nossa existência.
Liberdade, do Latim libertas, em um sentido geral significa a capacidade de agir por si mesmo, mas este conceito se amplia muito além disso. Mas se tratando de filosofia, vários pensadores buscaram conceitos pra a liberdade. Para Kant, ser livre é ter responsabilidade por seus próprios atos, o que é coerente, mas duvidoso.
Para Sartre, um existencialista, “somos livres porque somos aquilo que fazemos do que fazem de nós”. Mas como ser livre se algo nos conduz? É impossível ser livre a esta maneira.
Espinoza diz que o “homem livre é aquele que, seguindo apenas os conselhos de sua razão, não é guiado em suas atitudes pelo medo da morte, mas que deseja diretamente o bem”. Este conceito já envolve outra questão: a morte, que até hoje não se conhece ao certo.
Para definir liberdade varias outras palavras seriam postas a prova, e isso transformaria uma duvida em varias. Se o fato sentir-se livre contribuir para alguma coisa, muitos continuarão a usá-la, mas outros se viram livres de um grande peso. É simplesmente relativo.

Raine Reinell.