Talvez as palavras queiram sair um pouco, talvez
queiram preencher esse ar morno ou frio que está por ai soltinho,
soltinho. Uma parte dessa louca vida tem
estado chata, parada e sem graça, a outra parte nem tanto. O ar não tem ajudado
a brisa mal tem soprado. Os ventos não levam a lugar algum, o sol não indica o
caminho e o frio não se aquece.
A melancolia é evidente, o cansaço do nada também, a
saudade de um tudo, o tédio, enfim, uma penca de coisas talvez perplexas ou
não. Talvez só loucuras sem nexo, como sempre. O sentimento é confuso, sem
origem ou possível fim.
A música contribui para uma melhor fruição ou
catarse da própria consciência. A
essência leve e tranquila da melodia deixa as coisas mais lentas, mas opacas e
realistas. A voz vai fundo, segue por
caminhos já conhecidos, mas chega em fins diferentes a cada nova letra, a cada
nova melodia.
As palavras saíram devagar, mas tranquilas e leves
como papel. É um alívio repentino em meio ao mormaço da vida, em meio ao caos
interior que se apossa de todos os meus dias, sem tirar nem por.
Raiane. R, Reinell