quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

Bucólico




Tantos textos foram escritos, quantas palavras confortaram. E agora, não restam duvidas, muitas delas foram em vão. Se é bom ou ruim, não se sabe, a duvida sempre existirá. As confusões mentais são eminentes e, a única coisa que resta é seguir em frente, sob o sol e sob a lua.  O sol queima a face e a lua, junto com as estrelas, completa a noite, bela paisagem por sinal.
É dia, um dia claro, com tão poucas nuvens que o sol incomoda olhos cansados e sonolentos. Mas, é lindo ver tal dia se concretizando. Tudo no fim é lindo, até a mais trágica das tragédias. A beleza das coisas é eminente, maldosamente óbvia. Tão óbvia que está esquecida. É uma pena que poucos a percebam.
O bucolismo volta e dessa vez não está tão melodramático ou triste. Está confortável em sua admiração platônica pela natureza envolvente, pelas sombras no asfalto que corta a serra e, por todo o verde que faz do asfalto um intruso cruel.
 O texto é incerto, sem tema ideal, sem paragrafação planejada. É tudo instantâneo.  As palavras saem e se alojam na tela em branco a sua frente. É louco, irreal ou surreal. Indelével, inefável.   Outra subida bucólica entre o asfalto e a serra verde ao lado, atrás e pela frente. 

Raiane.R.Reinell

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Sereia





O barulho das ondas prevalece.
O vento a alma acalma.
Sob as aguas a sereia adormece
E depois cantará aos homens.

As melodias seduzem
O homem estremece,
À agua vai.
E o homem como que por encanto, vem.

Só alguns minutos
Não há mais pensamentos.
Não há mais movimentos.

O encanto só acaba no fim.
Com o cessar do canto
E o afundar dos corpos em pranto.




Raiane.R.Reinell

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Respostas, ou não




Talvez eu tenha descoberto a resposta para tantas aflições, ou melhor, uma justificativa para elas.  Tudo me incomoda. Literalmente tudo. As pessoas me incomodam, a mudança de tempo me incomoda, as ações das pessoas me incomodam. Tudo. Tudo. 
O comodismo me incomoda. Coisas que aparentemente são óbvias me deixam mais incomodada do que antes, muito mais incomodada. Qualquer deslize, por mais idiota que seja me deixa incomodada, raivosa ao extremo, ao ponto de tentar fazer algo mais irritante.
Talvez um senso crítico álter-ego de um senso isento de cobranças tenha surgido e tomado conta de tudo. Não sei se o que me surpreende mais é o pseudo-amor que está na moda ou a descartabilidade, vulgo substituibilidade das pessoas. Não sei de muita coisa mais. Não me conheço mais. Tampouco conheço os outros.
A vida não tem se tornado nada fácil com essa irritabilidade constante. Manter relações amigáveis está difícil. Não sei ao certo o que fazer. Sei que está complicado. Sei o que sinto de mais concreto, um amor, uma amizade. Já essa raiva é tão instável quanto à bolsa de valores. É uma raiva, um ódio que surge de repente e da mesma forma se vai.
Sendo assim, manter-me distante tem sido uma ótima solução. Não sei se é a certa, mas talvez seja a melhor para não piorar as coisas. Porque, não sei de nada mais além do que eu já sabia antes de tudo começar a se tornar irritadiço.

Raiane.R.Reinell


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Alcoolização





Enfim, tudo se divide.
Um tédio
Uma saudade incontrolável.
Os segundos não passam.
É imutável
Talvez nem tão imutável assim
Saudade pode ser controlada
No tédio dá-se um jeito
Para a saudade as coisas são mais difíceis.
Pelo menos o álcool está sempre por perto
Inebriando mentes
Anestesiando corações doentes
Vingando sentimentos torturados
O efeito passará
Mas, a ressaca cuidará do resto.
Ou talvez não.
Talvez nada aconteça.
Nada.
O nada.


Raiane.R.Reinell

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Cousas




Não sei escrever de amor
Não sei escrever sobre corações sorridentes,
Sobre almas cantantes
Escrevo sobre a lágrima que cai,
Sobre a entorpecente noite,
Sobre a chuva a lavar a alma
Sobre a dor de cair,
Sobre o medo de levantar
Sobre o alcoolismo
Sobre os eufemismos,
Não sobre pleonasmos
Só eufemismos.

Escrevo sobre cousas
Cousas sobre a lua,
Cousas sobre pessoas,
Cousas sobre o escuro
Cousas sobre lágrimas,
Cousas de problemas
Só cousas deveras ruins

Raiane.R.Reinell

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Coisinhas




Coisinhas pequenas,
Grandes detalhes
Antíteses
Paradoxos
Sol
Lua
Céu
Inferno
Bem
Mal
Amor
Ódio
Terra
Água
Homem
Mulher
Choro
Sorriso
Viver para sempre
Morrer
Antítese
Paradoxo
Vidinha miserável.

Raiane.R.Reinell

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Talvez não, certeza




Talvez um sorriso no rosto não baste.
Talvez uma paz incessante.
Talvez uma alegria constante
Um sentimento difícil de descrever
Um olhar tranquilo,
Um abraço seguro
O silêncio de um mosteiro
A canção de um sentimento
O amor de uma vida
Um espera bem sucedida
No caminho,
Ah, no caminho,
Um sorriso radiante
Uma espera rápida
Uma angustia feliz
Um ônibus correndo
Um sentimento mais rápido ainda
E, no fim, no começo,
Uma chegada.
Um beijo,
Um abraço,
Uma paz
Uma alegria
Enfim,
Um reencontro
Reencontro de grande amor.

Raiane.R.Reinell

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Sentimento Louco




Um sentimento louco
Assassino
Sobrevivente
Não mais insignificante
Talvez nunca tenha sido

Catastrófico
Irradiante
Um sol mais perto
Uma lua mais sedutora

Magnifico pela malicia
Imperfeito pela insensatez
Enfim, só mais um sentimento
Ora abstrato,
Ora concreto.

Só um sentimento,
Amor,
Tão louco,
Tão irracional amor.

Raiane Reinell

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Conto jamais de fadas



O amor esqueceu e só deixa a dor. É Raul, estás certo. Essa desgraça de amor é o filho de uma bela de uma puta. Faz-me baixar o calão.  Prejudicou muitos, ajudou também, mas o pior sempre prevalece.
O masoquismo é eminente. Só sobram malditas lembranças que se remoem. Nem o carinha que nasceu a dez mil anos atrás sabe a cura pra isso. Afinal, ele viu o amor nascer e se assassinado.
Creio que quando o tal amor nasceu ele era uma criança boazinha, que trazia felicidade ás pessoas, que encantava. Mas ele tinha pais violentos, mal humorados e vingativos. Aí ele cresceu e foi ficando amargurado, rude e muito perverso. Ele começou deixando as pessoas felizes, mas como ele não era feliz vingou-se na tristeza dos outros, deixando todos em pranto.
De maldade em maldade ele foi sendo odiado pelas pessoinhas que sofriam por causa dele. Eles reuniram-se com tochas, lanças e sabe-se mais o que. Todas as armas foram muito bem utilizadas, o coitado do amor tentou correr, entretanto não foi rápido o suficiente. Então, o amor morreu.
Agora se vive um amorzinho fajuto típico da modernidade e um pouco diferente daquele que o Raul costumava cantar. O tal amor tenta nascer e morre antes mesmo de começar a caminhar. Assim as pessoas ficam escrevendo bobagens para não sofrer tanto por amor.


Raiane.R.Reinell

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Guarda-Olhos




Permaneço escondida em mim mesma, o que sinto não demonstro, o que é meu não reivindico. O guarda-chuva esconde minha face para que outros não a vejam. Não é medo, não é vergonha, é precaução. Não quero que vejam o que luto tanto para esconder. Não quero que vejam que sou tão humana quanto todos, que sofro por amor e me alegro com coisas simples. O guarda chuva esconde meus olhos. Esses podem em questão de segundos me delatar a quem os olhar profundamente.
A janela para meu interior. Olhos cansados de tudo. Felizes com a vida. Cansados de lutar. Pronta para ir em frente. Eu acho. Não sei. Nunca sei das coisas. Não me importo. E você? O que tem a ver com isso? Nada. Isso mesmo. Nada. Pronto. Acabou.

Raiane.R.Reinell

sábado, 19 de maio de 2012

Talvez o tempo



Uma felicidade insana se aposse de um humilde ser. O motivo não se sabe. É uma felicidade boa, sem opiniões e contradições. É um momento raro e, por isso, merece ser aproveitado. Sorrisos loucos chegam as faces rosadas e sem álcool. É divertido.
A música vai fundo, penetra até as veias, corre junto a uma velocidade desconhecida e chega ao tão cansado coração.  Chega, volta e sai com a respiração e depois, como num ciclo, penetra as veias de novo.
Essa sensação bem que podia ser constante. Não seria nenhum pouco ruim rir mesmo com alguns pequenos e incômodos problemas. Os problemas perderiam o sentido se a vida seguisse sorridente.
Ela não segue, é meio bandida essa ai. Mas, o lance é aproveitar o momento. Os problemas vão chegar, ou melhor, vão aflorar de novo, é natural. Hoje eles deram uma pausa, foram descansar. E, no fim tudo vira uma festa.
Os sorrisos continuam, o sono vem chegando, mas ainda não é a hora de dormir, não é mesmo. Se os sorrisos permanecem não é mesmo a hora de dormir e acordar os problemas para tirar o sono. Deixe que o sorriso viva bastante. Até as músicas que ouvidas trazem lembranças estão sendo bem aceitas. Talvez o tempo esteja realmente surtindo efeito, só talvez, não se sabe e, não saber é bom em alguns casos.
Que o tempo passe, que a vida não corra, mas não ande devagar, siga apenas. Que o tempo faça o trabalho que tem de fazer. Que as respostas cheguem no momento certo. E, que os sorrisos permaneçam o tempo que for necessário, ou seja, sempre.

Raiane.R.Reinell

quinta-feira, 17 de maio de 2012

A garotinha




A garotinha andava pela praia à noite e, pronto, morreu. Não, não é uma boa história. Vamos recomeça-la.
Em uma noite e clima envolvente uma solitária garota ou mulher, caminhava pela praia. Silenciosamente seus problemas, medos e aflições a espreitavam. Ela não via isso.
Caminhava e seguia caminhando. A caminhada parecia não ter fim. A cada estante o céu escurecia mais. Ela também não percebia isso.
Ao chegar num pequeno rochedo à garota/mulher parou. Por longos instantes seus olhos fitaram o mar, bem ao longe. Quase não se via o mar. A única coisa visível era seu começo, pois as luzes da cidade ainda alcançavam aquele pequeno trecho de praia.
De nada sabia ela. Seus problemas, medos e aflições ali estavam. Escondidos em meio às sombras do rochedo. Eles estavam a observando há muito tempo, muito mesmo.
A pobre garota mulher não viu todos eles a cercarem. O mar a iludiu e toda a realidade, dura realidade, foi deixada de lado. Ela não viu o que a sufocou tão rápido.

Raiane.R.Reinell

terça-feira, 15 de maio de 2012

Conversando com os mortos...


Passado, meu querido passado.
Mortos, o que hoje nos confessaram?
Aonde estão os seus diários?
Não escondam-se.
Queremos apenas decifrá-los.
Não ocultem de nós a verdade.
Que isso... Não daremos trabalho.
Só precisamos de documentos.
Só isso.
Temos a necessidade de conhecer o passado.
É a nossa paixão.
Quando os deixaremos em paz?
Nunca!
Somos historiadores, lembram?

Jéssica A. Espindula.

terça-feira, 8 de maio de 2012

Confissões




Sim, eu sou romântica,
Não nego,
Tampouco me envergonho.
É a minha essência
Entrego-me as coisas que faço
Choro quando preciso
Caio em um frenesi de gargalhadas,
Na hora certa fico séria
Sim,
Sou romântica
Não nego
E porque deveria negar?
Não há razoes em negar.
Não há razão para dizer certas coisas
Para dizer que sonho acordada,
Que tenho ideias ditas velhas,
Que começo a rir ouvindo mísicas bonitas
Que me imagino em cenas que não ocorreram
Que idealizo o amor
E que sonho em um dia encontrar um verdadeiro.
E quem mal há nisso?
Não sei,
Nem penso em saber.
Sou apenas a doce alma de criança
Em um corpo de mulher
A pequena sonhadora
Apena isso
E, isso me basta.

Raiane.R.Reinell



quinta-feira, 26 de abril de 2012

Sem saber




Nunca soube o que fazer,
E agora?
Muito menos.
Nunca vou saber
Simplesmente farei o que tem de ser feito.
Da vida não sei
Do ontem,
Talvez
Do amanhã
Quem dirá?
Do hoje,
A cada segundo descubro
Descubro uma pequena parte
Ínfima parte
Átomo finito
Que, ao fim do dia
Terá se tornado passado.
Tão passado como a linha anterior.

Raiane.R.Reinell

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Palavras


Letras,
Muitas delas
Pequenas
Grandes
Sem sentido
Sem métrica
Sem rima
Sem dialetologia
Sem nada
Com contornos
Imitando a vida
Resurgindo
Cada dia,
Nova palavra
Velhas palavras
Ligações?
Não sei
São só palavras
Escrevo
E nada mais.

Raiane.R.Reinell

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Coisas de criança


Comer besteiras,
Cantar a música fora do ritmo
Rir de piadas sem graça
Sorrir para o céu
Falar abobrinhas
Sonhar acordada
Dormir fora de hora
Estudar por querer
Sentir o sol na pele
A brisa no rosto
Pensar em não pensar
Amar a si mesmo
Sentir um fogo por dentro
Não ter explicações
Enfim,
Apenas viver
E viver por viver apenas.

Raiane.R.Reinell

domingo, 8 de abril de 2012

Amor, sim, amor incondicional


Eu as amo,
Amo sim.
Amo as letras que leio
Amo as que faço
Amo senti-las
Por ora bastam-me apenas elas.
Amor incondicional
Duradouro
Irreversível
Simplesmente amor
Totalmente concretas
Eu as amo
E amo amá-las
Sou eu,
Sou as letras
Somos nós.

Raiane.R.Reinell

sábado, 7 de abril de 2012

Chamas


Um desejo,

Um breve arrepio,

Um mordiscar de lábios

Um sorriso maquiavélico

Unhas pontiagudas

Costas levemente avermelhadas

Desejo ardente

Desejo pulsante

Corpos quentes,

Corpos suados

Desejo ardente

Olhar FIXO

Penetrante

Saudosamente penetrante

Um fechar de olhos diferente

Lábios, todos eles.

Olhos e olhares

Somente um desejo,

Um ardente desejo.

Raiane.R.Reinell

terça-feira, 3 de abril de 2012

Ressacas


Palavras,
Soltas,
Inversas
Contraditórias
Só palavras
Soltas
Só palavras
Emoções
Sentidos
Sentir
Presença
Perguntas
Revoltas
Subidas
Subidas
Quedas
Subidas
Cachaça
Ressaca
Ressaca de palavras.


 Raiane.R.Reinell

quinta-feira, 15 de março de 2012

Certezas, ou não.



Certezas existem?
Não sei,
Não tenho certeza.
Não tenho certeza,
Não, não tenho.
Não ter certeza é uma certeza?
Dúvida cruel,
Incerteza incerta!

Raiane.R.Reinell

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Mudança

Sem ter o que escrever, sem ter motivos para escrever. Só escrevo. Por hábito ou talvez por um mero sentimento de obrigação.
As coisas mudaram um bocado. Ontem as coisas tinham significados diferentes. Hoje as prioridades mudaram e mudaram muito. Do amanhã não sei o que mudará. Sei que mudará. É normal. Tudo ganha um novo sentido através dos tempos.
Tudo que vem de dentro. O que antes era um sonho, agora é uma simples obrigação. Quando o sonho se torna realidade percebe-se o que é um sonho e quando este se torna um objetivo. Ao se tornar algo realizado as coisas realmente mostram-se como são.
Estar onde se almeja estar nem sempre é algo muito satisfatório. O que está a compensar é o lucro final. É chegar a um patamar onde muitos não estão. É dinheiro. É poder.
No meio do caminho outras prioridades surgem. Coisas não materiais que tem que se relacionar com sonhos de papel para que se realizem. Conseguir um papel faz com que, depois de certo tempo, as prioridades reais se realizem e andem acompanhadas de papéis valiosos.
O sentimento de obrigação se foi, por enquanto. Sendo assim só tenho a afirmar que as coisas mudaram e aprecio as mudanças.

Raiane.R.Reinell

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Sem nada


Sem rumo
Sem tema
Sem lema
Sem nada
Sem vida
Sem cor
Sem dor
Sem ser
Sem viver
Sem crer
Sem existir

Raiane.R.Reinell