quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Mormaço



Talvez as palavras queiram sair um pouco, talvez queiram preencher esse ar morno ou frio que está por ai soltinho, soltinho.  Uma parte dessa louca vida tem estado chata, parada e sem graça, a outra parte nem tanto. O ar não tem ajudado a brisa mal tem soprado. Os ventos não levam a lugar algum, o sol não indica o caminho e o frio não se aquece.
A melancolia é evidente, o cansaço do nada também, a saudade de um tudo, o tédio, enfim, uma penca de coisas talvez perplexas ou não. Talvez só loucuras sem nexo, como sempre. O sentimento é confuso, sem origem ou possível fim.
A música contribui para uma melhor fruição ou catarse da própria consciência.  A essência leve e tranquila da melodia deixa as coisas mais lentas, mas opacas e realistas.  A voz vai fundo, segue por caminhos já conhecidos, mas chega em fins diferentes a cada nova letra, a cada nova melodia.
As palavras saíram devagar, mas tranquilas e leves como papel. É um alívio repentino em meio ao mormaço da vida, em meio ao caos interior que se apossa de todos os meus dias, sem tirar nem por. 

Raiane. R, Reinell

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