sexta-feira, 8 de abril de 2011

Era uma vez


E a hora passou, e nada aconteceu. Simplesmente nada. Tudo ficou estático no tempo. A única coisa que permanecia em movimento era a minha raiva. Essa sim, ela crescia e crescia a cada segundo que se passava. E nada era suficientemente bom para me acalmar. O tic-tac do relógio estava por um fio, pois a cada barulhinho insignificante minha vontade de atirá-lo pela janela crescia. Bom, o som ainda permanecia, eu não estava estressada o suficiente para destruí-lo, mas na próxima ele pode não ter essa sorte.
E são em momentos assim que pequenos atos podem assumir a força de uma bomba atômica. Um simples gesto pode por abaixo toda uma vida. Uma palavra pode ter o efeito de um veneno que corrói tudo por dentro e um olhar pode, em segundos, se tornar um fuzil.
E era uma vez, uma pessoinha que tinha tudo na vida, cometia seus erros, tentava concertá-los e seguia em frente. E ao olhar pra trás viu que não tinha feito nada, só caminhado. Tentou voltar atrás, mas ficou presa em seus próprios pesadelos. Corria durante sua infeliz vida um caminho sem volta, escuro, tendo como companhia uma consciência pesada e assassina.

Raiane.R.Reinell

Nenhum comentário:

Postar um comentário