terça-feira, 31 de maio de 2011

Inconsciência


Inconsciência. É tudo o que preciso. Fechar os olhos, me desprender do mundo. Chegar a um lugar vazio, sem presença. Sentir as moléculas a minha volta. Sentir a pressão e o atrito dos átomos no cotidiano. Presenciar cada mínimo pulsar a minha volta.
Se tal lugar existisse garanto que lá estaria. A minha companhia seria os movimentos de sístole e diástole do meu coração. Esses sim me compreendem. Navegam comigo no vazio. Gritam quando quero explodir. E, se fazem silenciosos quando a solidão é a melhor possível
Na ausência desse novo mundo fecho os olhos.  Sinto a penumbra e a minha respiração. Alguns sons a minha volta passam despercebidos. Outros penetram no fundo de tudo, chegam ao fim. O fim é aconchegante, é a completa inconsciência. Consciência do subsconsciente .  
As pálpebras cuidam de manter as portas fechadas. Se elas se abrem tudo cai. As cortinas se abrem e o sol cega. Se não há sol as coisas melhoram um pouco, pois a intensidade da luz é menor.
Não quero. Simplesmente não quero abrir os olhos. Se mantê-los fechados é a melhor alternativa para chegar a inconsciência, assim o faço. Mesmo próxima de tudo, quero-me distante. Não chego a inconsciência, mas de qualquer forma o subconsciente trabalha para destruir qualquer vestígio consciente em mim. 

Raiane.R.Reinell

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